Flávio Soares manifestou desagrado com as soluções apresentadas pelo Governo Regional para os estudantes açorianos deslocados no continente. “Enquanto continuam a chegar não residentes à Região, tendo até já sido registado um caso infetado a viajar para Ponta Delgada, há estudantes açorianos que ainda não conseguiram regressar a casa”, criticou o líder da JSD Açores.
Flávio Soares recordou o anúncio feito pelo primeiro-ministro de que apenas os alunos do 11.º e do 12.º ano poderão eventualmente voltar a ter aulas presenciais em maio, e que alguns estabelecimentos de ensino já anunciaram o fim presencial das aulas para este ano letivo. “Como é que, em circunstâncias de elevada exigência, o Governo Regional pede aos açorianos para ficarem no continente? Como é que só admite voltar a reavaliar a situação a 30 de abril?”, questionou.
“Os estudantes apenas teriam que viajar para uma das ilhas com voos de ligação ao continente e, posteriormente, os alunos das restantes ilhas, seriam reencaminhados, em regime de exceção, pela SATA Air Açores, que é a companhia aérea do Governo Regional e de todos os Açorianos”, começou por sugerir o social-democrata. “O Governo Regional diz garantir unidades hoteleiras a quem chega a São Miguel e à Terceira para a realização da quarentena – a garantia só tinha que se repercutir nas restantes ilhas. Em qualquer um dos casos respeitavam o período de quarentena nas ilhas de origem, sendo posteriormente submetidos a testes de despiste do Covid19”, propôs o líder da Juventude Social Democrata.
O mesmo aconteceria com os alunos açorianos que se encontram a estudar na Universidade dos Açores, explicou. “Aqueles que não são das ilhas que registam polos da Universidade seriam, também no mesmo regime de exceção, reencaminhados para as suas ilhas”. “O Governo Regional deve garantir a equidade entre todos os açorianos; não pode haver tratamento diferenciado dentro da Região”, realçou Flávio Soares.
Um grupo de jovens estudantes açorianos deslocados já fez chegar uma carta ao Governo Regional a pedir agilidade e celeridade na resolução do problema, mas não obteve a resposta pretendida. “Na altura em que o Governo lhes pediu para ficarem onde estavam, os nossos estudantes ouviram e cumpriram; agora que eles lhes pedem para voltar, o Governo não os ouve”, criticou.
Foi disponibilizado apoio financeiro aos estudantes que pretendem ficar no continente, “mas o Governo não menciona a materialização do apoio; como e quando será feito; nem se terá em conta o tempo decorrido desde a primeira vez que pediram aos nossos estudantes para se manterem no continente”. “Há muitas perguntas que carecem de resposta”, finalizou Flávio Soares.