O presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, desafiou o governo regional socialista a aprovar a proposta social-democrata de extinção de empresas públicas como a SPRHI, que “só servem para gerir dívidas e dar emprego a administradores que nada fazem”.
“Todos os funcionários das empresas públicas regionais são necessários. Mas os administradores, que andam por aí às dezenas e que nada fazem a não ser viver à conta do erário público, não são precisos”, afirmou Duarte Freitas, na sessão de encerramento do XIX Congresso da JSD/Açores.
O líder dos social-democratas açorianos anunciou que o partido vai apresentar no parlamento, no debate do Plano e Orçamento para 2017, uma proposta de reestruturação do setor público empresarial regional, através da extinção da SPRHI, cujo encerramento é defendido pelo Tribunal de Contas.
“O Partido Socialista vai ter que dizer se concorda com a nossa proposta de extinção da SPRHI, ou se quer continuar com a SPRHI, que o próprio Tribunal de Contas já disse que devia ser extinta porque de nada serve senão para gerir dívidas e dar emprego a alguns administradores públicos”, disse.
Recorde-se que, em maio do ano passado, o Tribunal de Contas recomendou ao governo regional que extinga a SPRHI, alegando que esta empresa pública “não possui sustentabilidade económica” e que tem sido usada pelo executivo socialista como mero “veículo para o recurso ao endividamento”.
O presidente do PSD/Açores aproveitou também a ocasião para criticar o facto do “Partido Socialista querer ser o partido único” na Região, dado que “não admite as críticas” que lhe são feitas.
“Os socialistas não estão habituados a ser criticados. Estão apenas habituados a criticar. O Partido Socialista na oposição só faz bota-abaixo e quando está no poder quer ser oposição à oposição. Isso nós não vamos deixar”, garantiu.
Duarte Freitas lembrou que o PSD/Açores não se limita a criticar e apresenta alternativas sempre que não concorda com o governo e lamentou as críticas feitas recentemente pelo PS quando os social-democratas anunciaram o seu voto contra o Plano e Orçamento.
“Se calhar, o Partido Socialista queria, como nos regimes de partido único, que todos aplaudíssemos os seus documentos”, afirmou.
Para o líder social-democrata açoriano, este comportamento não é próprio de uma democracia, dado que o PS “quer ser dono do regime e não admite que haja oposição”.
“Parece que o PS quer ser o partido único. Mas não vai haver um partido único nos Açores por que o PSD não vai deixar. Vamos criticar e fiscalizar, mesmo que os socialistas não queiram. Porque nós também somos a voz dos açorianos”, disse.
No congresso que elegeu Flávio Soares como presidente da JSD/Açores, Duarte Freitas elogiou as qualidades políticas do novo líder dos jovens social-democratas açorianos, destacando a sua “ponderação, capacidade de trabalho e integridade”.