Para o líder da JSD Açores, “o distanciamento social imposto pela pandemia, veio intensificar a utilização das novas tecnologias, que se deve estabelecer como uma oportunidade para uma adequada renovação do sistema de ensino”.
Em resposta ao inquérito, os alunos “mostraram-se confiantes para navegar, pesquisar e filtrar dados online, bem como disseram sentir-se confiantes no uso de plataformas de ensino à distância”, explicou. No entanto a confiança diminui quando questionados sobre a aplicação de configurações avançadas a alguns softwares e programas mais complexos. “Conseguimos concluir que cerca de 95% dos alunos utilizam a plataforma Zoom, mas apenas metade está satisfeita com a forma como são lecionados os conteúdos”.
Quando inquiridos sobre as condições para o ensino à distância, “a maioria dos participantes referiu ter acesso a uma secretária própria, num lugar tranquilo, com um computador só para si e com o software necessário para as aulas”. No entanto, “a satisfação dos alunos é menor quanto à qualidade da ligação da internet ou ao acesso ao material de estudo do curso, como literatura ou artigos científicos”.
Segundo Flávio Soares, o apoio técnico e os métodos de avaliação foram duramente penalizados no inquérito. “Apenas 40% dos alunos disseram-se satisfeitos com o apoio informático da sua instituição de ensino e mais de 70% mostraram-se insatisfeitos com os métodos definidos para a avaliação”. “Verifica-se que quase 70% dos alunos viu a sua carga de trabalho de estudo aumentada, quando comparada com a que tinham no ensino presencial”. No entanto, “os mesmos alunos dizem que o feedback a essas avaliações é menos frequente”.
Flávio Soares mencionou também “o impacto que o isolamento e o medo associado à doença estão a ter na saúde mental da população, e dos jovens em particular,” sendo que, em resposta ao inquérito, “a larga maioria dos alunos referiu ser mais difícil focar-se durante as aulas à distância, não considerando que o seu desempenho tenha melhorado com a alteração do método de ensino”. “Há, aliás, uma maior percentagem de alunos que refere que o seu desempenho piorou, quando comparado com o desempenho obtido nas aulas presenciais”, referiu.
“É notória a necessidade de reavaliar as políticas e as decisões tomadas, quando temos cerca de 36% dos jovens insatisfeitos com a atuação do Governo Regional face à solução encontrada para os estudantes deslocados”, referiu. “ A JSD Açores sugere que, e aproveitando a clara necessidade de renovação do sistema de ensino, se aposte em materiais digitais, que sejam encontrados modelos mais apelativos, e que haja um reforço da formação contínua dos professores”, concluiu Flávio Soares.