“Pagar 380 euros por um pequeno quarto em Lisboa é proibitivo. É preciso pôr termo a isto. Os poderes públicos da Região têm de agir, sob pena de vermos jovens açorianos impedidos de tirarem o curso superior que desejam”, afirmou Flávio Soares, na sessão de abertura da sexta edição da Universidade de Verão do PSD/Açores e da JSD/Açores, que decorre na cidade da Horta, ilha do Faial.
O líder dos jovens social-democratas açorianos salientou que “ter um filho a estudar numa cidade como Lisboa pode custar mais de 7.000 euros por ano às famílias açorianas”, somando a despesa do alojamento aos custos com alimentação, transportes e propinas.
“Estes números revelam que os estudantes açorianos se encontram particularmente desprotegidos, pois estão mais longe de casa que quaisquer outros alunos do ensino superior. Sem uma rede de apoio familiar e impossibilitados de ir a casa aos fins de semana, os jovens açorianos que estudam no ensino superior no continente têm despesas muito mais elevadas”, sublinhou.
Para Flávio Soares, “frequentar o ensino superior fora dos Açores atinge, neste momento, preços proibitivos, se falarmos das maiores cidades do continente”.
“É por isso que a JSD/Açores, cumprindo a sua obrigação de apresentar soluções para os problemas dos jovens da nossa Região, propõe a criação de residências universitárias para estudantes açorianos em cidades como Lisboa ou Porto”, disse.
Segundo o presidente da JSD/Açores, esta é “uma proposta inovadora, capaz de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos estudantes açorianos no continente e desafogar financeiramente as famílias destes alunos”.
O líder dos jovens social-democratas açorianos explicou que a criação destas residências universitárias “pode ser concretizada através da aquisição, pelo Governo Regional dos Açores, de imóveis nessas cidades do continente”.
“A gestão dessas estruturas de arrendamento poderá ficar a cargo de estruturas ligadas à comunidade açoriana no continente, como as Casas dos Açores. Aliás, a Casa dos Açores de Lisboa chegou a ter, em tempos, uma residência universitária”, referiu.
Flávio Soares acrescentou que, como contrapartida por este esforço financeiro a fazer pela Região, “os estudantes açorianos que usufruírem destas residências universitárias deverão, após a conclusão do curso, regressar aos Açores para prestarem serviço remunerado em entidades públicas”, à semelhança do que já sucede “com alguns estudantes que recebem bolsas da Região em carreiras específicas”.
“Esta proposta da JSD/Açores tem assim três efeito positivos: garante que nenhum jovem açoriano deixe seguir a sua carreira académica no continente por razões financeiras; alivia os encargos financeiros de milhares de famílias açorianas que têm filhos a estudar fora da Região; e possibilita que os nossos jovens que tiraram cursos superiores no continente regressem aos Açores”, frisou.
O presidente da JSD/Açores salientou ainda que, “ao contrário de outros, não fazemos propostas com nomes pomposos a pensar apenas nos títulos dos jornais do dia seguinte”, tendo lembrado um programa do Governo Regional chamado ‘Prepara o teu Regresso a Casa’, destinado aos jovens açorianos licenciados.
De acordo com Flávio Soares, “ninguém se lembra [desse programa] porque só serviu para fazer títulos de jornais e em nada beneficiou os jovens açorianos”.
“Certamente também não se recordam de quem andou a anunciar esse pomposo programa. Eu recordo-me bem. Foi a então Secretária Regional Adjunta da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Isabel Rodrigues. A mesma pessoa que, por estes dias, anda por aí em campanha a pedir o voto dos açorianos. É preciso muito descaramento”, disse, referindo-se à cabeça de lista do PS/Açores à Assembleia da República.
Para o líder dos jovens social-democratas, este é um dos vários exemplos reveladores da “grande diferença entre o PS e o PSD nos Açores”.
“O Partido Socialista toma medidas fáceis e avulsas e chama-lhes – imagine-se – ‘política de juventude’. A JSD/Açores e o PSD/Açores não têm medo de arriscar e apresentam propostas inovadoras, porque temos juventude em todas as nossas políticas”, afirmou.
A sessão de abertura da sexta edição da Universidade de Verão contou ainda com as intervenções do vice-presidente da JSD nacional, Diogo Cúmano, e da presidente da Assembleia Municipal da Horta, Teresa Ribeiro.