A referida candidatura demonstrou, pelas suas recentes ações, um total desrespeito pelos Açores, não se mostrando preocupada com o futuro desta estrutura da JSD num ano eleitoral decisivo para aquelas que são as aspirações dos Açorianos.
Numa altura em que o Partido e a JSD se mobilizam para mais uma batalha eleitoral, para interromper os 24 anos de governo socialista na região, somos surpreendidos com a postura de uma candidatura que procura, sem olhar a meios, tentar eliminar a participação livre e democrática de militantes, somente porque, legitimamente, tinham demonstrado o seu apoio a um determinado candidato.
Surpreende-nos ainda como é que alguém, que se afirma como porta-voz de uma nova agenda política assente nos valores da transparência e da justiça, tenta, na secretaria, inventar factos e teorias que não existem, eliminando todos aqueles que não apoiam a sua candidatura.
A deslealdade institucional e falta de respeito causa maior surpresa pelos cargos anteriormente ocupados por quem encabeça essa candidatura aos órgãos nacionais.
Não procuraram esclarecer, contactar, ou, até, ler, tentando impugnar a eleição de delegados em algumas concelhias da nossa Região Autónoma, sem cumprir qualquer tipo de formalidades. Tudo vale para diminuir a participação desta região no Congresso Nacional da JSD.
Além do profundo desconhecimento da matriz fundadora do Partido, assente na subsidiariedade e no respeito pelas autonomias que desconhecem ou tentaram contornar, esta candidatura revelou, mais grave até, uma profunda sede de poder que não olha a meios para atingir os fins.
As candidaturas e os mandatos passam, mas a JSD e os Açores ficam. Como tal, espera-se, de qualquer candidatura, a necessária lealdade institucional mútua, uma vez que os Açores têm representação direta na Comissão Política Nacional da JSD, independentemente dos Presidentes, das candidaturas e dos resultados que tanto parecem temer.
A JSD, seja ela local, regional, distrital ou nacional, tem de ser muito maior do que os egos de cada um.
Na prática, aquilo que tudo isto revela é que aqueles que se apregoam como protagonistas da mudança e da regionalização, por oposição ao centralismo, são apenas pessoas com tiques autocráticos e de ética duvidosa, a roçar um colonialismo que se aproxima em muito aquele que alguns governos têm demonstrado para com os povos insulares desde a conquista da autonomia.