Quisemos trazer a voz dos mais jovens, como a sessão do próprio dia dos Açores, com o líder do Partido e por sua iniciativa, juntamente com nove jovens, um de cada uma das nossas nove ilhas, à qual nos associamos. As estruturas de ilha da JSD/Açores também se associaram, e bem, a esta iniciativa com uma mensagem sobre o que é para si a nossa Autonomia. Estas iniciativas demonstraram bem que os jovens têm opinião e vontade de participar.
Também quisemos dar voz aos mais experientes ou aqueles que em 1976 foram dos impulsionadores dessa conquista, com artigos de opinião partilhados ao longo de toda a semana e que irá encerrar com uma conferência no próximo domingo. A luta pela conquista da Autonomia deve ser explicada aos mais jovens, por exemplo nas escolas, uma vez que grande parte da população açoriana já nasceu depois de estar implementada esta Autonomia que vivemos e que atualmente conhecemos.
A nossa Autonomia deve ser lembrada todos os dias, não apenas uma vez por ano. Muitas vezes, quando cedemos ao poder central, estamos a colocar em causa a nossa Autonomia e temos tido muitos exemplos disso recentemente.
Ao longo destes 44 anos de região Autónoma verificamos que é preciso refletir com seriedade sobre o modelo que queremos e o que é preciso aperfeiçoar, uma vez que já todos percebemos que há muitos aspetos a melhorar.
Um dos grandes problemas, mas não o único, é a abstenção. Não podemos fechar os olhos à enorme abstenção que temos verificado de eleição a eleição. Há quem responsabilize a juventude por não querer saber ou não se interessar, mas também não vemos os responsáveis políticos a apostar num poder de decisão mais próxima dos novos tempos.
A Autonomia não é apenas um assunto de pessoas mais crescidas, é a chave para todas as oportunidades dos mais jovens, aqueles que querem ficar nos Açores por ser a sua terra mas que as oportunidades escasseiam.
Não basta apelar ou deixar o repto aos mais jovens, é preciso envolvê-los e fazer com que eles façam parte da solução mas, acima de tudo, é preciso ouvi-los e dar-lhes a oportunidade. Uma sociedade que não ouve os seus jovens não pode querer preparar o seu futuro. É preciso confiar nos jovens Açorianos.
Por outro lado, a desigualdade no desenvolvimento de cada ilha é gritante. É preciso assumir um compromisso no desenvolvimento de cada uma das nossas ilhas, com as suas potencialidades específicas. O desenvolvimento de cada uma é o desenvolvimento dos Açores e nenhuma pode ficar para trás.
É nesta Autonomia que acredito para os próximos anos.