Há situações nas nossas vidas que não conseguimos prever e que depois de chegadas nada mais há a fazer senão aceitá-las com tudo aquilo que elas acarretam, mesmo que isso implique uma alteração da nossa rotina. Foram estas vicissitudes que me mantiveram ausente no último mês.
Ausente na escrita, mas não ausente na reflexão. E durante estas semanas em que todo o tempo foi dedicado a uma única prioridade não deixei de sentir que estava a falta no cumprimento das minhas responsabilidades. Por isso, aceitem as minhas desculpas.
De entre as prioridades da nossa vida, em que lugar é colocada a nossa ação e responsabilidade política. Durante o última mês, consciente das minhas falhas, esta foi uma questão sobre a qual dei por mim a pensar por diversas vezes. De que forma é abraçado o projeto que queremos construir para a social-democracia, como o estruturamos nas nossas comunidades e que importância tem na vida de cada um que assume essa responsabilidade.
Numa perspetiva pessoal, para mim é impossível dissociar o exercício das responsabilidades que assumo na minha comunidade da minha ação política. Aliás, entendo ser este sentido de pertença e de vivência comunitária a grande a virtude da concretização prática dos objetivos políticos que se possam ter. Para que não seja mal interpretada, clarifico. Quando me refiro a objetivos políticos não o faço a pensar em ambições pessoais de ascender a este ou àquele lugar. Ação política não é isto ou pelo menos não o deveria ser. Estas metas políticas a que me refiro têm somente como protagonista o valor comunitário que podem trazer. É aquilo que achamos que a nossa comunidade necessita, é aquilo que precisamos de fazer para o conseguir, é o enriquecimento e valorização de todos. É trabalho, é responsabilidade, é presença, para que todos colham os frutos desta dedicação.
Referi ação política, mas não ação partidária. No cumprimento destas responsabilidades a ação partidária, apesar de sempre presente, não é determinante. A preocupação deve ser unir e congregar para que se consigam atingir metas e objetivos em benefício do que assim é possível realizar na comunidade. É neste desprovimento de interesses pessoais ou partidários que está o ganho. O ganho para todos. Mas volto a clarificar. A social-democracia é uma prioridade, o Partido Social Democrata uma família a que tenho orgulho em pertencer e assumo no melhor para a geração de jovens açorianos uma causa, numa equipa que felizmente tem sempre trabalhado por todos e não por si ou para si.
Hoje, sexta feira, dia 11 de maio, terei ensaio de foclore, amanhã, antes do trilho pedestre promovido pela JSD/VFC, irei dar catequese aos meus meninos do 4º ano. Entre um e outro, é provável que acorde de madrugada para amassar pão ou massa sovada no negócio de família, enquanto as vicissitudes que me mantiveram afastada vão passando.
Eunice Pinheiro Sousa é Secretária Geral da JSD/Açores desde 2017 e Conselheira Nacional da JSD