Na Região em que vivemos, já se tornou hábito o Governo Regional usar e abusar da precaridade laboral nos jovens açorianos, através da única medida para o emprego jovem, os programas ocupacionais.
Atualmente, um jovem licenciado ao terminar a sua licenciatura, não abdica da opção de frequentar um programa ocupacional, neste caso o programa estagiar L, destinado aos jovens licenciados, pois este é apenas um dos vários existentes na Região, apenas mais um de tantos outros, em que a governação dá com uma mão para usufruir em seu benefício com a outra.
Quando me refiro desta forma, muitos se questionarão desta razão, tendo em conta que é um programa que serve para promover a empregabilidade jovem. As entidades, sendo elas públicas ou privadas, usufruem de obra barata e sector público não é de forma alguma exceção, nem o exemplo a dar aos privados, sendo ele o promotor desta atividade, pois tanto não cumpre com a sua legislação em vigor, como também não fiscaliza as entidades em que os jovens estão integrados no programa.
Estes jovens, englobados neste e noutros tantos programas ocupacionais que se sucedem posteriormente ao estagiar L, mal sabem que estão a contribuir para um dos demais atos controlados pela governação socialista. Neste caso, o controlo absoluto dos números, estatísticas e sobretudo das taxas de desemprego jovem, porque para os nossos governantes, a taxa de desemprego jovem não está de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, talvez porque os programas ocupacionais nos Açores servem também para camuflar esses dados manipulados.
Ano após ano, a taxa de desemprego jovem nos Açores ultrapassa as taxas das restantes regiões do nosso País, sendo a nossa região a liderar esta taxa. Nos últimos dados divulgados pelo INE, a taxa de desemprego jovem na nossa região atinge os 32,7%, o que corresponde a que 1 em cada 3 jovens açorianos está desempregado.
Desta forma, necessitamos urgentemente que de um governo que realize uma reforma política para o emprego jovem, onde esta não seja exclusivamente através dos programas ocupacionais, estes que também necessitam de uma reformulação estruturada, desde a sua legislação até à sua aplicação e fiscalização com as entidades promotoras.
De acordo com o anúncio do Vice-Presidente do Governo Regional, Sérgio Ávila, no decorrer deste ano irão abrir 954 novos postos de trabalho para a função pública, sendo eles com predominância para as áreas da educação e da saúde.
Ansiosamente desejo que no decorrer destas contratações públicas, estes postos de trabalho sejam para regularizar as situações profissionais precárias dos funcionários que se encontram a frequentar programas ocupacionais ou profissionais em funções por contratados a termo certo, e que mais uma vez, não deixem de fora esses trabalhadores que se encontram em precariedade laboral e integrados nos serviços, para incluir outros profissionais que por motivos ideológicos têm prioridade no acesso ao posto de trabalho.