Recuemos uns anos até 2013. Nessa altura os ânimos estavam ao rubro, em plena campanha eleitoral, com a linha sucessória a considerar as eleições como um pró-forma.
Talvez tamanho entusiasmo tenha sido a razão pela qual, na altura, candidato a presidente do governo tivesse exagerado nas suas palavras e garantido que nos seus primeiros 100 dias de mandato conseguiria resolver o problema do desemprego jovem.
Vasco Cordeiro já fazia parte, há largos anos, dos governos socialistas açorianos, mas seria com ele como presidente que o problema se resolveria. Na altura, a JSD/Açores chegou a lançar uma contagem decrescente que contabilizasse estes seus, proféticos, 100 dias de governação.
Vasco Cordeiro foi eleito (e já reeleito), mas essa contagem chegou ao fim e aqui continuamos a discutir o assunto, passados 5 anos.
Poderá dizer-se que os programas de estágio (que já existiam) teria sido a descoberta milagrosa para o problema a que o candidato socialista se referia. Mas na realidade apenas os intelectualmente desonestos conseguem defender que, na forma como estão construídos, estes programas são a solução para alguma coisa que não seja a tentativa de mascarar os graves problemas dos Açores.
Os programas de estágios profissionais são um penso rápido numa ferida a sangrar intensamente, a falta de dinamismo económico. Não temos uma verdadeira sociedade empresarial nos Açores capaz de gerar postos de trabalho, culpa de uma cultura de subserviência política e social ao poder, que em tudo se mete e em tudo manda.
Dito isto, e porque reconhecemos que, à falta de outras oportunidades, existe jovens que dependem destas benesses socialistas propusemos melhorias a estes programas. Nada.
Antes, já no programa eleitoral do PSD/Açores, se propunha o rejuvenescimento da administração pública regional com o programa gerações. Este programa não era mais um estágio com outro nome. Não era sequer mais uma forma de distribuir mais uns euros. Era a possibilidade de, respeitando aqueles que já trabalharam uma vida inteira, abrir as portas de entrada a centenas de jovens na administração regional, compensando a saída voluntária de trabalhadores com mais de 60 anos.
Nada. Tudo isto são afrontas eleitoralistas da oposição que, vá se lá perceber porquê, é desconsiderada todos os dias pelos iluminados. Mesmo quando, em sede parlamentar, o PSD/Açores de mostrou disponível para, com a colaboração de todos os partidos, melhorarem a proposta.
A culpa será sempre da oposição, pois a coberto de uma maioria absoluta, o partido socialista vai governando e desgovernando sem prestar contas a ninguém.
É caso para concluir: sr Presidente, os seus 100 dias acabaram há muito. Continuamos à espera…
Luís Pereira é vice-presidente da JSD/Açores, desde 2015, e Conselheiro Nacional da JSD.