Uma proposta que começa com um dos mais belos e conhecidos versos às nossas nove ilhas, da famosa canção “Ilhas de Bruma”, passa pela introdução ao posicionamento dos Açores no país e na Europa e analisa, aos olhos dos mais jovens, como os Açores se tornaram numa única região.
“Passados mais de quarenta anos, a Região Autónoma dos Açores mudou e cresceu, evoluindo para a convergência das suas 9 ilhas, ao mesmo tempo que abria as suas portas ao mundo. Mas a condição de ilhéu é imutável e a insularidade madrasta. O mar que nos abraça dificulta a iniciativa nos Açores: para que os mesmos resultados sejam obtidos em comparação com outras regiões, o esforço é muito maior”, consegue-se ler no texto da proposta.
Ao mesmo tempo que se olha para a história do nosso arquipélago, a JSD/Açores afirma que “são também conhecidos muitos constrangimentos, traduzidos nos múltiplos desafios a enfrentar – os elevados índices de pobreza, a precaridade laboral, a taxa de desemprego dos jovens que ultrapassa o dobro da média da União Europeia, os baixos níveis de qualificação, o abandono escolar precoce e o desenvolvimento socioeconómico frágil assente numa predominante presença pública”, concluindo que “esta é uma realidade preocupante.”
A JSD/Açores critica que o programa nacional para a coesão territorial continue a esquecer as duas regiões autónomas Portuguesas, dando o exemplo da importância da liberalização do espaço aéreo, contra o governo regional, afirmando que “o crescimento exponencial do turismo e a sua consequência no crescimento da Região a vários níveis demonstram a importância de medidas desta natureza”.
“Os Açores são uma região duplamente periférica, primeiro em relação ao seu País, em segundo em relação ao continente europeu. No contexto europeu, o estatuto de Região Ultraperiférica e a Política de Coesão Europeia têm sido essenciais na criação de oportunidades, só não o sendo mais, no passado recente, devido às posições e decisões estratégicas do Governo Regional. No contexto nacional, seria de esperar que dois Governos, o da República e o Regional, da mesma família política, tivessem maior facilidade em concertar medidas conjuntas numa ação de mútuo benéfica”, apontando o dedo à falta de proteção dos interesses dos Açores na elaboração desta estratégia para a coesão que “se deveria querer nacional”.
A estruturas regional dos Açores conclui que “aceitar este desafio [da coesão territorial] é unir as ilhas ao interior do País, minimizar a suas fragilidades e maximizar as suas potencialidades. Assim, só assim, é possível um Portugal de oportunidades iguais, acima de tudo para os seus jovens, o garante da sustentabilidade e crescimento destas regiões. À vossa espera estarão as 9 ilhas abertas para vos receber da maneira que só o sabem fazer, com o melhor de que dispõem. A luta por um País coeso é nossa. A crescer juntos, por um Portugal inteiramente melhor. Aceitem este abraço de mar, com tudo o que ele tem para vos dar”, deixando o desafio a um trabalho em conjunto, interno e externo, sobre a coesão territorial, também para os Açores e a Madeira.
A proposta “Um Abraço de Mar” é apresentada ao XXV Congresso Nacional da JSD que decorre na Póvoa de Varzim a partir da próxima sexta-feira, e a ela, já se juntaram como subscritores, outras comissões políticas distritais.