“Um Abraço de Mar” é a proposta sectorial da JSD/Açores ao XXV Congresso Nacional

A proposta sectorial L da JSD/Açores ao XXV Congresso Nacional da estrutura, intitulada “Um Abraço de Mar”, foi ontem publicada depois de validada pela organização do congresso.

Uma proposta que começa com um dos mais belos e conhecidos versos às nossas nove ilhas, da famosa canção “Ilhas de Bruma”, passa pela introdução ao posicionamento dos Açores no país e na Europa e analisa, aos olhos dos mais jovens, como os Açores se tornaram numa única região.

“Passados mais de quarenta anos, a Região Autónoma dos Açores mudou e cresceu, evoluindo para a convergência das suas 9 ilhas, ao mesmo tempo que abria as suas portas ao mundo. Mas a condição de ilhéu é imutável e a insularidade madrasta. O mar que nos abraça dificulta a iniciativa nos Açores: para que os mesmos resultados sejam obtidos em comparação com outras regiões, o esforço é muito maior”, consegue-se ler no texto da proposta.

Ao mesmo tempo que se olha para a história do nosso arquipélago, a JSD/Açores afirma que “são também conhecidos muitos constrangimentos, traduzidos nos múltiplos desafios a enfrentar – os elevados índices de pobreza, a precaridade laboral, a taxa de desemprego dos jovens que ultrapassa o dobro da média da União Europeia, os baixos níveis de qualificação, o abandono escolar precoce e o desenvolvimento socioeconómico frágil assente numa predominante presença pública”, concluindo que “esta é uma realidade preocupante.”

A JSD/Açores critica que o programa nacional para a coesão territorial continue a esquecer as duas regiões autónomas Portuguesas, dando o exemplo da importância da liberalização do espaço aéreo, contra o governo regional, afirmando que “o crescimento exponencial do turismo e a sua consequência no crescimento da Região a vários níveis demonstram a importância de medidas desta natureza”.

“Os Açores são uma região duplamente periférica, primeiro em relação ao seu País, em segundo em relação ao continente europeu. No contexto europeu, o estatuto de Região Ultraperiférica e a Política de Coesão Europeia têm sido essenciais na criação de oportunidades, só não o sendo mais, no passado recente, devido às posições e decisões estratégicas do Governo Regional. No contexto nacional, seria de esperar que dois Governos, o da República e o Regional, da mesma família política, tivessem maior facilidade em concertar medidas conjuntas numa ação de mútuo benéfica”, apontando o dedo à falta de proteção dos interesses dos Açores na elaboração desta estratégia para a coesão que “se deveria querer nacional”.

A estruturas regional dos Açores conclui que “aceitar este desafio [da coesão territorial] é unir as ilhas ao interior do País, minimizar a suas fragilidades e maximizar as suas potencialidades. Assim, só assim, é possível um Portugal de oportunidades iguais, acima de tudo para os seus jovens, o garante da sustentabilidade e crescimento destas regiões. À vossa espera estarão as 9 ilhas abertas para vos receber da maneira que só o sabem fazer, com o melhor de que dispõem. A luta por um País coeso é nossa. A crescer juntos, por um Portugal inteiramente melhor. Aceitem este abraço de mar, com tudo o que ele tem para vos dar”, deixando o desafio a um trabalho em conjunto, interno e externo, sobre a coesão territorial, também para os Açores e a Madeira.

A proposta “Um Abraço de Mar” é apresentada ao XXV Congresso Nacional da JSD que decorre na Póvoa de Varzim a partir da próxima sexta-feira, e a ela, já se juntaram como subscritores, outras comissões políticas distritais.